A INDIGNAÇÃO
“Nós estamos liberados do mal quando podemos, serenamente, deixá-lo ir.”
Quando nos tornamos indignados sobre uma situação qualquer, parece que estamos do lado do bem e contra o mal, do lado da justiça e contrário à injustiça.
Parecemos então ser aquele que intervém entre o agressor e sua vítima de modo a impedir um mal maior.
Contudo, pode-se também intervir entre eles com amor, e isso seria, com certeza, melhor.
Assim, o que o indigado quer? O que ele realmente obtém?
O indignado se comporta como se ele próprio fosse uma vítima, embora não seja.
Ele assume o direito de exigir uma reparação do agressor embora nenhuma injustiça tenha sido feita, pessoalmente a ele.
Ele assume a tarefa de advogado das vítimas, como se este tivesse dado a ele o direito de representá-las; e fazendo assim, deixa as verdadeiras vítimas sem direito.
E o que faz o indignado com esta pretensão?
Ele toma a liberdade de fazer coisas más aos agressores sem medo de qualquer consequência ruim para sua própria pessoa; pois suas más ações parecem estar a serviço do bem, e assim elas não temem qualquer punição.
De modo a manter sua indignação justificada, tal pessoa dramatiza tanto a injustiça sofrida pelas vítimas quanto as consequências das ações da parte culpada.
Ela intimida as vítimas a verem a injustiça pelo mesmo modo como ela mesma vê.
De outro modo, caso as vítimas não concordem, tornam-se suspeitas e alvo de uma indignação justificada, como se elas mesmas fossem agressores.
Da perspectiva da indignação é difícil para as vítimas deixar seu sofrimento ir embora, e é difícil para os agressores deixarem sua culpa ir embora.
Se às vítimas e aos agressores for permitido encontrar uma resolução e uma reconciliação por seus próprios meios, elas podem se permitir, uma a outra, um novo começo.
Mas se a indignação entra em cena, tal resolução é muito mais difícil, pois o indignado, geralmente, não fica satisfeito até que o agressor tenha sido completamente destruído e humilhado, mesmo que isto, ao ser feito, intensifique o sofrimento das vítimas.
A indignação é em primeiro lugar uma questão de moralidade. Isto quer dizer que o indignado não está realmente preocupado em ajudar outra pessoa, mas comprometido com uma certa demanda para a qual ele se proclama o executor.
Deste modo, ao contrário de alguém que ama, tal pessoa não conhece nem contenção, nem compaixão.
Por Bert Hellinger
Este texto me faz lembrar, muitas vezes tomei a defesa de alguém, até que um dia percebi : entrar na defesa de alguém é também subestimar, é não confiar, é se auto afirmar, é falar de si em nome de alguém. Resumindo : egoísmo, auto promoção.
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Publicado por Siari
Atuo como psicóloga.
Minha primeira formação foi Educação Física. Antes disto, transitei desde secretária/faxineira - num consultório dentário - até a secretaria numa fábrica de armas e munições - o que me gerou um carma, sem que eu imaginasse, e que foi liberado muitos anos depois.
Antes de tudo, o que sempre me moveu foi o desvendar as inquietudes que sempre tocaram meu coração .
E bem antes de cursar psicologia já buscava por mim mesma e nem sabia!
Nunca fui uma pessoa de aceitar: é assim mesmo! Sempre busquei novas possibilidades quando não estava bom .
Cheguei na psicologia porque é onde meu darma se dá.
Tive bulimia, fui compulsiva por exercício físico e sempre fui muito exigente . Na busca angustiada da cura da bulimia(porque isto faz muito tempo e não se falava e nem se sabia muito sobre o assunto -eram poucos casos e muito velados) cheguei no renascimento. Foi quando comecei sentir e juntar o que sabia com o que sentia.
No processo terapêutico entendia tudo, mas sentia tudo diferente .
Neste trajeto atuei como professora de educação física, esteticista , professora de estética, massagista, ministrei cursos de shiatsu, do-in, massagem ayurvédica, atuei como renascedora, terapeuta corporal, reikiana e outras atuações que foram tijolos de minha construção .
Fiz várias terapias e frequentei diferentes escolas de autoconhecimento. Tive vários mestres. A cada passo surgia aquele que eu precisava para aquele momento e sempre fui me abrindo para seguir o chamado do meu coração. Em algumas escolas estive mais tempo, em outras um pouco menos, mas todas estão incluídas no meu coração com a certeza de que nenhuma delas poderia estar fora. Caso contrário, eu não seria o que estou sendo hoje ....
E em construção, sempre.
Quando comecei a trabalhar com dependência química venci a preguiça de voltar pra faculdade e fiz psicologia.
Paralelamente fazendo meu trabalho pessoal, renascimento, meditações ativas, transcendental, primal, descondicionamento, pathwork, intensivos de espiritualidade, estive sete vezes na Índia, 14 vezes no na floresta amazônica.
E a cada tijolo que se acrescentava a construção ia tomando sua forma .
E muito especial em 2005 conheci a constelação familiar, daí, uma jornada paralela se deu . Nesta Abordagem estive em várias formações, todas complementares também .
Até que conheci o trabalho pessoalmente com o fundador da Constelação e me tocou muito. Aos poucos, fui encontrando meu lugar na minha constelação familiar e consequentemente no mundo .
Estive na Alemanha por três vezes no mesmo ano, o que me deu condição para começar trabalhar com o que se apresentou lá .
Fui sendo conduzida para o lugar onde devo estar.
No mundo .
Nesta sequência conheci as Novas Constelações Quânticas, o que abriu um novo olhar e um novo viver .
Nos últimos anos venho atuando com Constelação Familiar Quântica - de forma individual e em grupos - e com a Psicologia, com um aprofundamento no estudo dos egos, mapeando as crenças, e a partir da autoaceitação, autoacolhimento e superação do auto julgamento punitivo, caminhando em direção a autorresponsabilidade, focando o aprendizado contido naquilo que deu diferente do imaginado, incluindo tudo como uma parte necessária , e conduzindo para o florescimento do ser.
Aos poucos foi brotando um jeito de trabalhar a partir deste canal que estou .
Enfim isto é um resumo , se fosse detalhar daria um livro.
Suficientemente, Siari.
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Ótimo texto para uma reflexão sobre nossas indignações.
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🙏
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