Brincadeira !? Ou hostilidade !?

O assunto é respeito

Como é difícil respeitar aquilo que não conhecemos.
Aquilo que nem sabemos, que nem alcançamos.
Nesta imaturidade muito se pode enrolar, e lá ficar.
Sem saber podemos criticar, hostilizar e por vezes desrespeitar.
Em “tom de brincadeira”

Lembro me que ouvi uma vez, muitos anos atras, tomando meu café da manhã numa se minhas idas à Índia, um pai dizendo a seu filho que “brincando” o hostilizou
Disse o pai :
“Porque você falou assim comigo?
O filho respondeu : é brincadeira !
O pai retornou : sempre que precisar diminuir ou ridicularizar alguém para se divertir, não é brincadeira, é maldade”
O menino insistiu defendendo seu ponto de vista, e o pai não exitou, e ao final disse, você precisa ver isto filho, ao menos pensa no que estou te dizendo.
Encerraram este assunto.
Me surpreendeu muito esta fala, quieta na mesa ao lado refleti sobre isto.
Me refleti em minhas ações, e me vi fazendo algumas “brincadeiras” e reconheci minha hostilidade.
Me envergonhei, mas fiquei atenta nas minhas “brincadeiras”, e sem poder me distrair via minha maldade, que já tinha sido tocada anteriormente, mas ainda tinha uma camada a rever.
Assim fiquei mais sensível para reconhecê-la.
Lancei a mim um questionamento :
Mas afinal o que move a “hostilidade em nome de brincadeira “ ?

Se não posso reconhecer minha própria maldade, ela escapa, vasa por qualquer fresta, disfarçada …. de brincadeira.

Mas onde começa ?
Uma possibilidade – o quanto nos sentimos menos frente a uma situação que não acessamos, que não temos conhecimento e que acreditamos que não teremos.
Uma palavra que resume isto é inveja, – decifrando – é um sentimento que nos toca em nossa inferioridade.
Este lugar, a inferioridade, que tão negado e sublimado se vestiu de superioridade.
Mas precisa disfarçar, porque a superioridade também é mal nomeada.
Geralmente o nome dado a superioridade é arrogância, prepotência e fomos treinados para ser o oposto disto, afinal uma pessoa arrogante também é alvo da hostilização.
Então usa se a máscara do esforçado, humilde e bacana, mas brincalhão.
E em tom de brincadeira, tenta diminuir quem é o alvo de sua inveja.
Afinal ninguém é invejoso né?!
Uma grande maioria têm críticas a alguém invejoso, razão pela qual ninguém o é.
E não sendo invejoso, é superior
Invejoso sempre é o outro.
E sobre isto também ouvi numa palestra do Gasparetto, ouvia todas fitas dele, digo fitas porque é do tempo da fita cassete : “você se sente tão menos, que quando alguém tem inveja de você, te da um alívio. Pensa : Nossa! tem alguém menos que eu, que até tem inveja de mim”
Isto diminui a própria inferioridade.
Me vi naquilo que ele falou.
E se observar bem, faz critica ao invejoso, mas gosta, porque ele nutre a superioridade

😱Choquei quando ouvi isto, mas me reconheci.
Choquei tanto que lembro onde eu estava, o carro que tinha, foi por volta de 1989.
Um pouco antes tinha lido o livro da Louise Hay e ela dizia você é totalmente responsável por tudo que acontece na sua vida, demorei bastante para aceitar isto, e me justificava acusando.

Afinal são verdades pouco louváveis para reconhecer em si mesma.
Sem reconhecer este padrão seguia negando o que sentia, “brincando”, destilando as maldades… o meu veneno.
Mas …
A toda a ação tem uma reação, também atraia muita hostilidade em minha direção. Era o reflexo da minha guerra e da minha mentira interior.

Na superioridade negando a inferioridade

Passado o choque inicial do reconhecimento, desta parte em mim, ficou mais possível mapear onde estava.
Sabendo onde estava pude ampliar a auto observação e apurar os detalhes da sensação de inferioridade.
Comecei testando possibilidades para decifrar a “brincadeira”
No início comecei observar o tipo de brincadeira, com quem, e também me observar no sentimento e na intenção contidos na “brincadeira”.
Isto só quem pode fazer mesmo, somos nós, para nós.
Assim com mais clareza do mecanismo que envolvia vários sentimentos e ações, pude reconhecer a base que me conduzia inconsciente a este ciclo, pude aos poucos escolher agir de forma diferente.
No início agia de forma diferente por pura vergonha, aos poucos por escolha consciente.

Também aos poucos fui mudando, pude ser mais honesta com meus sentimentos e desenvolvendo a coragem de me expressar sem o terror de não ser aceita ou de ser criticada, contestada e julgada.
Me aceitando da forma como estava, pude encontrar o caminho da transformação de alguns sentimentos que escondia de mim mesma, e os projetava fora.
Fui me tornando mais humana comigo, e como só posso dar o que tenho, me tornei mais humana com as pessoas no meu entorno.
E mais humana posso desenvolver valores humanos.
Neste lugar certamente não precisarei hostilizar ninguém com brincadeiras pejorativas, nem me divertir às custas de ninguém, muito menos jogar o lixo do próprio julgamento em ninguém, na forma da falsa e entorpecida brincadeira.

Se me observo nesta situação, me reavalio, e observo onde me distrai, mapeio o deslize, e o instalo no aprendizado, me recoloco no modo “humana” e sigo em frente.
Assim as “recaídas” diminuem,
E aumentam os aprendizados.

As coisas podem ser leves, brincar é bom, ate vale para relaxar uma situação, mas se houver hostilidade passou do ponto.
E vale uma auto observação com mais critério, se quisermos relações mais saudáveis e respeitosas.
#pegoadica
#ficaadica

 

 

 

 

 

 

 

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