O que fazer com aquelas partes desagradáveis que me habitam ?

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Refinando nosso olhar, vendo e revendo

Aquilo que me desagrada nos comportamentos alheios, recorro a uma auto-observação mais detalhada para não fazer o mesmo.

Estas situações acabam sendo, pra mim, mestres e professores que me ensinam o que não devo ser ou fazer.

Se senti a dor deste maltrato, não faz sentido reproduzi-la.

Hoje sinto isto, mas foi uma jornada e também não significa que eu ainda não escorregue na expansão das camadas deste aprendizado.

Sempre que me deparo com alguma forma de tratamento que me toca em algum lugar de desconforto e que não acesso aceitação, muitas vezes me percebo até com um julgamento e indignação. Mesmo sabendo que estes sentimentos não são nada elevados e também sabendo que cada um dá o que tem, me vem uma sensação de “não gosto disto, não me é bem-vindo”.

Então, logo volto meu olhar pra mim mesma e me empenho em escanear minhas atitudes.

Faço uma checagem e presto bem atenção se aqui eles estão e não importa se não detectados ainda, em repetição ou automatizados. Se tenho estes comportamentos, onde os identifico me especifico, coloco uma lente de aumento, reconheço e me empenho para que não fiquem aqui estas reações e ações.

Se os detecto redobro minha atenção em minhas ações em prol de mudar estes comportamentos.

Espelhos nos refletem.

O que não quero pra mim, não quero em mim.

Durante muito tempo gastei bastante energia no julgamento e crítica, não sabia que o que fazia mesmo era aumentar o que eu classificava como defeito dos outros, com isto eu minimizava os meus “defeitos”. Como se tivesse um esquema interno que me justificasse das minhas indesejadas ações, “eu tenho defeitos mas o outro também tem ou até é pior que eu”.

Por um tempo acreditei nesta justificativa que meu ego usava para não assumir minha responsabilidade pelas ações que eu não gostava em mim e até na esperança de disfarçar e me convencer que eu não era assim.

A base sempre a comparação.

Outra etapa foi perceber que estava neste processo de julgar para me justificar e perceber que era tudo comigo mesma. Isto ocorria com frequência com pessoas próximas e pessoas com as quais eu me sentia ameaçada de alguma forma e por vezes envolvia também o aspecto inveja ou uma necessidade de aceitação.

Desfazer do que não conseguia ter e ser.

Conquistas sem pistas, porque o convencimento para o ego se desfaz rápido. E o desconforto permanece junto com uma sensação de enganação, auto-engano.

Sim, porque a maioria das vezes todos ao nosso redor percebem. Só quem se engana fica no engano.

Lembro que quando fiz “primal” em 1998 (um trabalho terapêutico em grupo), estava lá cheia de bla bla blá, tentando mostrar algo que não sentia e acreditando que era esperta e que as pessoas estavam acreditando.

Surpresa pro meu ego foi o Feedback da Nancy, a terapeuta auxiliar: é este é o seu jeito né, lança o veneno (referia-se a uma crítica bem destrutiva que fiz) em tom de brincadeira e como se nem fosse com você.

Nossa! Me senti nua quando ela me mostrou esta máscara.

Sem outra opção tive que ver … e rever meu comportamento e à partir disto comecei a refletir sobre que sentimentos negados me geravam esta munição.

Me sentia tão inferior, tão menos que todos, tão inadequada e tão sem recursos, que só conseguia denegrir aquilo que não conseguia ser.

Foi bem impactante esta experiência pra mim, mas foi reveladora. Uma pista sem retorno num aprendizado que já havia sido me lançada anos antes, um chamado para autorresponsabilidade.

A primeira vez que li sobre isto foi anos antes, num livro de Louise Hay que dizia você é 💯 % responsável por tudo que acontece na sua vida. Briguei com esta possibilidade por um bom tempo, o vício na acusação e o domínio escondido da vítima resistiram a esta informação.

Também acontecia que eu associava responsabilidade com culpa: se sou responsável sou culpada pelo que está acontecendo e se sou culpada, errei, neste caso mereço ser punida. Esta era a crença que tinha.

Em seguida conheci Gaspareto que sempre realçava “a vida te trata como você se trata”.

Poucos anos depois recebi outra informação num livro do Deepak Chopra, “você é responsável por tudo que acontece com você e tudo tem um aprendizado.”

Ufa! Aí sim, ele deu uma pista, expandiu a informação. Foi quando conheci Janderson (Prem Baba) que seu trabalho me possibilitou colocar na prática estas pistas e me responsabilizar pelas minhas ações.

São camadas a serem trabalhadas mas a conquista é inevitável. Além disto a transformação é uma canção que poderá ser entoada por todos que a escolherem.

E um dia, quando senti: nossa não posso fazer isto que quando recebi me feriu…confesso, me surpreendi porque afinal é uma mudança de padrão.

Não caiu do céu, me empenhei mas a programação da minha mente foi mudando.

Hoje penso sobre esta trajetória e sinto que minha alma veio empenhada em resgatar a autonomia, para isto a opção é autoconhecimento e autorresponsabilidade e a trajetória é escorregar para dentro e se ver e rever … sempre .

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