Mudança … dança da vida

Mudança … na palavra já tem … dança … mudança é a dança da vida

Mudo a cada instante a cada respiração, a cada nossa percepção de mim mesma porque é preciso e porque tudo isso faz parte de mim.

E está disponível a todos nós.

Cumprir nossos ciclos faz parte de nós, este movimento é a própria vida.

Não é contra ninguém, é a meu favor.

Me esforcei muito.

Corri muito , corri no sentido literal fui atleta, mas na verdade corria de mim.

Ainda não sabia mas corria pra mim, corria atrás de pessoas, corria atrás de alguém que me desse o que eu não me dava, e nem sabia que era assim, mas corria.

Não sabia como digerir tantas emoções e sensações, engolia.

Emoções mal digeridas, percepções não aceitas, não confiava no que sentia, mas também muitas coisas não identificava o que sentia, e nem me permitia sentir, me reprovei, me acusei, me condenei, me enclausurei, me reduzi, e com tudo floresci.

Fiz comigo o que aprendi, o que vi e copiei.

Engoli, Revidei agressivamente, briguei contestei isso me doía E eu reagia.

Não sabia como fazer diferente.

Quando pude aprender a fazer diferente, e ainda estou aprendendo, algo acalmou algo em mim tranquilizou.

Não foi do dia pra noite, teve seu tempo

Tomei meu tempo, não conheci essa parte da magia que num passe de mágica tudo está solucionado. As coisas vão se solucionando passo a passo.

Desejei isso, não obtive,

Assim é esta construção de mim mesma.

A isto, hoje agradeço, sem obter precisei me conter em mim encontrar o ponto de calma para minha alma,

Aos poucos no tempo possível do amadurecer, fui me entendendo me reconhecendo, assim podendo perceber tudo que permiti.

Sim permiti !

Assumo, permiti, mas com o que tinha de recursos internos não sabia fazer diferente, sem condenação é só uma constatação…mas sendo bem honesta ainda as vezes com condenação!

Permiti porque sabia assim.

Aprendi ! o caminho surgiu.

O que a dor me mostra, é um sinalizador que estou usando um sapato mais apertado do que meu pé, estou me freando, o que penso e minhas crenças, lugares que quando sinto desconfortável posso sair.

Eu escolho, também esse tema a escolha é um tema.

Assim aprender eu não entendia muito e nem confiava que a minha escolha que era algo importante, nasci numa família onde aprendi de Deus, e esse Deus detinha poder sobre mim e eu estava refém da sua vontade em detrimento de mim mesma, como se minha alma não pudesse fluir expandir em suas demandas.

Me senti claustrofóbica muitas vezes presa, sem saída, isso não conseguia digerir.

Então vomitava, vomitava palavras as vezes desajeitadas, as vezes excedidas e depois com o tempo vomitava literalmente o que comia e não digeria materializei. Desenvolvendo bulimia, este roteiro foi uma parte bem exigente, foi num tempo onde não se falava deste tema.

Mas ele existia em mim existia forte por oito anos e combinava compulsão por exercício e compulsão por alimentos, uma insatisfação constante comigo e com meu corpo, a que hoje agradeço a generosidade em sobreviver para poder ver a mudança.

Uma vez interessante foi uma música que eu ouvi :

“eu tentei correr de mim mas aonde eu ia eu estava quanto mais eu corria mais pra perto eu chegava”

Hoje não digo nem

reforço o que eu “não quero”, apenas identifico.

Hoje eu realço o que eu quero a partir da minha escolha em conexão com meu coração e o que eu vou fortalecer, o que faz crescer minha alma para que com calma possa fluir… e fazer fluir

Sem ilusão e nenhuma alusão a ilusão, mas um compromisso real com aquilo que possa ser demanda da alma, Sem contar histórias para me convencer ou para convencer alguém, em defesa de um ponto de vista, afinal o que é um ponto mediante o horizonte…

As vezes esta demanda não está muito clara.

Mas com confiança vai clareando neste clarear o caminho se abre o próximo passo, consigo ter um espaço maior de visão, diminuindo assim a divisão, podendo sim somar sem ameaçar, vou fazer a soma que convém e com isso permitir a verdadeira divisão, Mas esta divisão se apresenta a partir do transbordamento, e não da necessidade de obter algo de alguém, que só eu posso me dar.

Fui tirando o peso da exigência, do perfeccionismo e fui realçando aquilo que mais vale dentro do que sinto que é a presença.

Estar onde estou e ficar na totalidade não tem magia tem sim empenho e possibilidades de ressignificar os meus equívocos, que nem sei se foram equívocos afinal faz parte do processo, sem isto nada seria possível.

SIM, algumas mudanças são muito exigentes para os nossos padrões, mas também são os presentes se escolhermos pagar o preço e seguir, não é uma obrigatoriedade mas sim uma possibilidade, e sempre a escolha é nossa, aí é onde mora o livre arbítrio.

Passo a passo, tomo meu tempo e sintonizo com o tempo da natureza e do fluxo, acalmo o tempo da mente e me coloco a disposição do fluxo com certeza que tudo tem um tempo de amadurecer e florescer e depois de florescer… fluir … mas sempre aberta e disponível para aprender

Imagem Flávia Wegmann